segunda-feira, 16 de maio de 2011

CAPS II promove Semana da Luta Antimanicomial

Grupo de Teatro Lua Cheia em encenação sobre a violência contra a mulher
Desde sexta-feira, dia 13, a equipe do CAPS II – Centro de Atendimento Psicossocial está realizando ações alusivas a Semana da Luta Antimanicomial, com mobilizações nas escolas de ensino médio através de palestras, apresentações de vídeo e de peça teatral, encenada pelo Grupo de Teatro Lua Cheia, formado pelos pacientes do CAPS II.
A programação teve início no Colégio Liceu, apresentando aos alunos um vídeo produzido pela equipe do CAPS II, abordando a trajetória da Reforma Psiquiátrica, seguido da apresentação da peça “Bicho de Sete Cabeças”, encenada pelos pacientes e coordenada pela Assistente Social, Talita Lemos, e pelo Oficineiro, Lázaro Frota.
“A peça retrata os maus tratos e a tortura instituída as pessoas com transtorno mental nos hospitais do modelo asilar e oferece, a partir das técnicas do Teatro do Oprimido, uma nova forma de tratamento com a participação efetiva de todos que fazem a rede sócio-assistencial: CAPS , PSF, Agentes Comunitários de Saúde, Escola, Hospital, Família, Escola, etc”, explicou Talita Lemos, Assistente Social. “Acho que a repercussão foi muito boa no sentido de sensibilização dos alunos quanto a questão da Luta Antimanicomial. Deu-se uma comoção muito grande entre os alunos”, avaliou a Psicóloga, Euridiva Saraiva.
Após as apresentações, os alunos participaram de um debate, em que puderam tirar dúvidas com relação as formas de tratamentos e diagnósticos, direcionando perguntas aos componentes da equipe e aos usuários e interagindo de “maneira positiva”, na avaliação dos organizadores do debate.
Hoje pela manhã, a Equipe do CAPS II realizou a mesma programação no Colégio Estadual Professor Ivan, onde tiveram “uma excelente receptividade da direção e da coordenação da escola e, especialmente dos alunos que demonstraram bastante comoção durante a apresentação teatral, havendo muito choro e comentários sobre a saúde mental”, explicou Talita Lemos. A mesma programação será realizada amanhã, no Colégio Monsenhor, a partir das 9h.
A campanha de sensibilização encerrará na quarta-feira, dia 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial, com a realização de uma passeata com concentração no CAPS II (ao lado da Secretaria de Saúde), a partir das 8h, com o objetivo de mobilizar a sociedade em prol de uma cultura de tratamento mais digno e humanizado para com as pessoas portadoras de transtornos mentais.
Mais informações com Euridiva Saraiva e Talita Lemos pelo telefone 3621.0228.

Ludovica Duarte
Com informações do CAPS II

6 Comentários:

Anônimo disse...

Não sou a favor de hospícios, até porque ficou provado que não dava certo nos moldes como era utilizado.
O que fazer com os deficientes mentais sem identidade, família ou parentes que vagam pelas ruas de Camocim? E não são poucos. Alguns se tornam violentos e a Polícia pouco pode ajudar. Outros são maníacos que se transformam em tarados quando se encontram com crianças desavisadas. Enfim, como recolher e tratar essas pessoas que na maioria dos casos não querem ser internados ou voltam as ruas na primeira oportunidade. Com a palavra o CAPS.

CAPS II de Camocim disse...

Quero dizer que todo ser humano tem identidade sim e que não é a doença mental que lhe descaracteriza como pessoa, as pessoas não ficam doentes porque querem, qualquer um pode adoecer mentalmente, a doença não escolhe sexo, idade, cor ou genêro. È por isso que nesta semana estamos visitando escolas e outras instituições para abordarmos a doença mental. Todos nós temos uma constituição a que devemos seguir com os diretos e deveres civis, com as pessoas que sofrem algum transtorno mental não é diferente, ao contrário, eles também são protegidos pela lei 10.216. Não podemos recolher ninguem da rua,pois não são lixo,sem que eles tenham algum responsável para garantir o seu tratamento com dignidade. Nem todos que estão na rua tem diagnóstico de doença mental. Somos apenas mais um dispositivo de tratamento para a saúde mental e não o único.Temos no municipio os PSF, os Cras, o nasf, dentre outros. O ministério da Saúde também disponibiliza para a clientela em situação de rua a Residência Terapêutica,mas ainda, não temos em Camocim.

Anônimo disse...

Bem, vamos lá tentar responder a indagação feita! Historicamente, o transtorno mental era tratado em instituições asilares, manicomiais e hospitalares. Com o advento da Reforma Psiquiátrica, há uma mudança nos paradigmas do tratamento ao portador de transtorno mental visando a sua reinserção familiar e no convívio social. O CAPS funciona como dispositivo de ajuda e direcionamento da rede de Saúde Mental que deve ser formada nos municípios. É muito comum as pessoas acharem que é responsabilidade única do CAPS “cuidar” dos portadores de doença mental. O CAPS é um direcionador, um apoio às famílias e a sociedade de um modo geral; o cuidado primário a esses usuários é de responsabilidade das FAMÍLIAS (e todo mundo tem uma, um parente distante, um vizinho, um amigo que possa fazer esse papel!) e da sociedade de uma maneira uniforme que deve facilitar a socialização desse usuário. Quanto aos SERES HUMANOS que portam transtorno mental e que “ficam agressivos” vale ressaltar que algumas situações favorecem esse fato, a primeira diz respeito ao doente sentir-se ameaçado, rechaçado ou vítima de preconceito por outrem, outra situação é o período de “crise” que pode ser evitado, minimizado ou controlado com o tratamento adequado desde que a família assuma a responsabilidade com o tratamento. Quanto às alterações da libido colocadas como “tarados” são alterações provocadas pela doença e que também podem ser controladas com o tratamento adequado. Vamos separar também quem é morador de rua por ser esta é a opção que tem e não porque tem um transtorno mental, seja porque foi abandonado pelas famílias ou porque se sente melhor fora do que dentro de casa, porque gosta de estar nas ruas.
Mas, digamos que existam situações em que o indivíduo não possua uma pessoa que possa ser responsável por ele (o que é MUITO DIFÍCIL, sempre tem alguém! Mas como obrigar, fazer uma pessoa cuidar de outra?), o ministério da Saúde disponibiliza o Serviço Residencial Terapêutico (SRT) – ou residência terapêutica ou simplesmente "moradia" – são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, institucionalizadas ou não. A implantação de uma residência terapêutica exige PACTO ENTRE GESTOR, COMUNIDADE, USUÁRIOS, PROFISSIONAIS DE SAÚDE, VIZINHANÇA, REDE SOCIAL DE APOIO, E CUIDADOSO E DELICADO TRABALHO CLÍNICO COM OS FUTUROS MORADORES. É preciso ter sempre em mente que a questão central é a moradia, o morar, o viver na cidade. Assim, tais residências não são precisamente serviços de saúde, mas espaços de morar, de viver, articulados à rede de atenção psicossocial de cada município.
Seria essa a “solução” para os deficientes mentais que vagam pelas ruas de Camocim? Indago: onde estão as famílias? Os cidadãos camocinenses que poderiam contribuir? Será responsabilidade somente do CAPS? As ONG´s? E as pessoas que se preocupam tanto com os “deficientes mentais” estarem nas ruas o que estão fazendo pra melhorar?

Anônimo disse...

Resumindo: Enquanto todos os eventuais responsáveis empurram o problema com a barriga, os doentes mentais de Camocim vão continuar vagando pelas ruas sem rumo esperando alguém para se responsabilizar por eles.

Val disse...

Realmente, enquanto a SOCIEDADE continua fazendo de conta que não tem nada a ver com isso, os doentes mentais continuam e vão continuar vagando pelas ruas...

Anônimo disse...

As pessoas que se preocupam tanto com os outros na rua, deveriam fazer sua parte e procuram saber como podem ajudar e não responsabilizar os outros como se não fizesse parte disso.

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